Adquirir um imóvel, um carro ou uma moto é o sonho de muita gente, mas poucas pessoas possuem o dinheiro em mãos para realizar a compra com pagamento à vista. Por isso, a maior parte dos brasileiros precisa recorrer a métodos de pagamento parcelado para realizar compras de bens de grande valor.
O mais conhecido é o financiamento, que se tornou muito popular pelo alto retorno que gera para as instituições financeiras, especialmente os bancos. Mas, será que é a modalidade mais vantajosa para você? Nem sempre o que é melhor para o banco é melhor para você. E, ao contrário do que muita gente pensa, existe outra opção: o consórcio.
Vamos conhecer melhor estas modalidades e comparar o Financiamento com o Consórcio, para que você descubra, dentro da sua realidade, qual é a mais conveniente para adquirir um bem?
O financiamento nada mais é do que uma compra parcelada: o banco ou uma instituição financeira paga o valor total do imóvel, do veículo ou do bem que se pretende adquirir para o vendedor e você, o comprador, paga esse valor parcelado e com juros ao banco.
No consórcio um grupo de pessoas que desejam adquirir um bem é reunido por uma administradora e todos pagam uma quantia mensal. Com esse montante arrecadado, é possível liberar o valor deste bem para um ou mais participantes por mês, o que geralmente acontece através de um sorteio. Ao final do prazo, todos são contemplados com o valor para comprar o bem desejado.
No financiamento você pega dinheiro “emprestado” de uma instituição financeira para a compra de um bem determinado. No momento do financiamento é necessário que este bem, por exemplo, um imóvel, esteja escolhido e que toda a documentação esteja pronta. Não é possível pedir um financiamento para um imóvel e depois comprar outro com o dinheiro que te foi disponibilizado.
No consórcio você recebe o valor correspondente ao bem desejado, mas não está preso a nenhum bem específico. Se, anos depois, você for contemplado e o imóvel ou carro que tinha em mente não atender mais às suas necessidades, pode comprar outro sem problema algum. O que se adquire no consórcio não é o bem em si e sim o valor para comprar esse imóvel.
No financiamento, há a necessidade de desembolsar uma parcela do valor do bem à vista, chamada de “entrada”. Por isso, você deve ter algo em torno de 20% do valor total em mãos para que te seja permitido parcelar o restante, algo que pode representar uma quantia significativa, principalmente quando falamos de imóveis.
Além disso, há a previsão de pagamento de juros nas prestações e juros ainda maiores em caso de atraso no pagamento. Isso encarece a compra, fazendo com que, em alguns casos, você pague até o dobro do valor do bem pela possibilidade de parcelamento.
No consórcio, como não há empréstimo de dinheiro, não são cobrados juros. Além disso, você não precisa pagar nenhum valor de entrada, portanto, é uma forma mais acessível de começar a pagar pelo seu imóvel, carro ou moto: a obrigação é o pagamento das prestações mensais e uma taxa para a administradora que gerencia o grupo e garante a segurança do investimento. Porém, esta taxa é, em média, 10 vezes menor do que os juros pagos no financiamento, portanto, você desembolsa menos dinheiro pelo mesmo bem.
Para garantir total segurança no seu financiamento, você deve escolher uma instituição financeira séria, habilitada a prestar este serviço e que não esteja enfrentando risco de quebra. Além disso, é necessário ler com atenção os termos do contrato, pois dependendo dos juros ou condições de pagamento a dívida pode ficar muito difícil de quitar.
No consórcio você também precisa escolher uma administradora séria. Não é qualquer aventureiro que pode fundar um consórcio. Os consórcios têm lei própria e são fiscalizados pelo Banco Central, portanto, se você escolher uma administradora autorizada pelo Bacen, não corre riscos.
Para que uma instituição financeira aceite financiar um bem para você, é indispensável que você tenha seu nome “limpo”, que apresente um comprovante de renda capaz de arcar com o pagamento mensal que será realizado e que toda a documentação do bem adquirido esteja em dia. Caso contrário, o financiamento será negado. Instituições financeiras são muito exigentes no que diz respeito à documentação e burocracia, pois obviamente não querem perder dinheiro.
No consórcio também existe burocracia, porém ela é menor e você só vai ter que se preocupar com isso quando for contemplado com, ou seja, pode entrar no consórcio de imediato e terá tempo para organizar toda a documentação necessária.
Um financiamento pode durar até 360 meses, ou seja, 30 anos. Em um primeiro momento, pode parecer bom diluir uma dívida em tantas parcelas, mas se você levar em conta que também paga juros a cada parcela, verá que esse prazo acaba encarecendo demais o valor final.
No consórcio o prazo máximo é de 180 meses, ou seja, 15 anos, metade do tempo do financiamento. Isso quer dizer que você paga as parcelas sem juros por até 15 anos, mas pode receber o bem antes, caso seja sorteado. E este prazo pode ser modificado conforme a sua vontade: se você tiver pressa, existem mecanismos para acelerar esse processo. Além do pagamento adiantado, todo mês você pode dar “lances”, ou seja, adiantar o pagamento das parcelas: quem der o maior lance leva o crédito para compra do bem naquele mês. Caso seja um imóvel residencial, você pode até usar seu FGTS para dar esse lance.
No financiamento, você recebe o imóvel, carro ou moto quando ele for aprovado, após apresentar toda a documentação necessária e pagar o sinal à vista, que corresponde a um percentual do valor total. Depois disso, você já pode ir morar no imóvel ou dirigir o carro, porém, eles ainda não são seus, só serão seus quando você pagar a última parcela do financiamento ao banco.
No consórcio você recebe o valor para comprar imóvel, carro ou moto que você quiser quando for sorteado, ou se adiantar o pagamento de parcelas ou se der o maior lance daquele mês. Ninguém poderá tomar esse imóvel, carro ou moto de você, pois ninguém está te dando um bem, e sim o crédito necessário para comprar o bem.
Nós esperamos que nada de ruim aconteça, mas é preciso estar preparado. Em 15 ou 30 anos podem acontecer imprevistos: demissões, doença, família aumentando de forma inesperada e tantos outros fatores imprevisíveis. Por isso é importante que você entenda as consequências de não conseguir arcar com o pagamento em cada uma das modalidades.
No financiamento, você lida com um banco, uma instituição que não é conhecida por ser compreensiva com quem não consegue pagar. Como o bem só passa a ser seu depois de pagar a última parcela do financiamento, em caso de atraso no pagamento, o banco pode pegar o bem de volta, algo que representaria uma verdadeira tragédia para você e para sua família, principalmente se estivermos falando de um imóvel residencial.
No consórcio, a inadimplência faz com que você perca o direito ao sorteio enquanto não pagar a dívida, ou seja, quando um consorciado inadimplente é sorteado, um número mais próximo é premiado em seu lugar. Mas você pode pagar esse débito depois, quando a situação melhorar, e voltar a concorrer nos sorteios e lances. Se a situação ficar muito ruim, alguns consórcios permitem que você “venda” sua participação para outra pessoa: ela paga a você o valor que você investiu e assume a dívida dali pra frente.
Estas são algumas das principais diferenças entre financiamento e consórcio. Ficou com alguma dúvida? Quer saber um pouco mais? Entre em contato conosco, temos uma equipe preparada para te ajudar.